Dr. Cascais
Seja um Dador de Sangue

Seja um Dador de Sangue

O Dia Mundial do Dador de Sangue é celebrado a 14 de junho e em Portugal o Dia Nacional do Dador de Sangue, assinalado a 27 de março, com uma homenagem pública ao dador benévolo de sangue.

A celebração do Dia Mundial do Dador tem como objetivo aumentar a consciência da necessidade de componentes sanguíneos seguros e agradecer a todos os dadores as suas dádivas voluntárias e benévolas, assim como reconhecer a sua importância e o seu contributo em salvar vidas e em melhorar a saúde e qualidade de vida de muitos doentes.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 92 milhões de pessoas dão sangue anualmente, sendo que 45% destes dadores têm menos de 25 anos e 40% são mulheres. A OMS quer expandir este universo de dadores, encorajando outras pessoas a tornarem-se dadores de sangue. A organização pretende que em 2020 as dádivas de sangue em todos os países sejam completamente benévolas e não remuneradas.

Quer ser dador de sangue? 

Para ser dador de sangue, terá de ter idade superior a 18 anos (até aos 60 anos se for a primeira dádiva), ter peso igual ou superior a 50kg e ter hábitos de vida saudáveis, será sempre efetuada em todas as dádivas uma triagem clínica, prévia, onde poderá esclarecer todas as dúvidas. 

Depois de aceite como dador, há alguns cuidados a ter antes e depois da dádiva de sangue.

Antes, é importante reforçar a hidratação com líquidos como água ou chá no dia anterior e no próprio dia, evitar grandes períodos de exposição solar, tomar sempre o pequeno-almoço e não fazer uma refeição abundante previamente à dádiva.

Após, os dadores são aconselhados a continuar a hidratação, evitar grandes períodos de exposição solar e evitar o exercício físico no dia da dádiva.

Posso ser dador se tiver a tensão alta?

A tensão arterial alta assim como o colesterol são alguns dos factores de risco de doença cardíaca. Depois de tirarmos cerca de ½ litro de sangue o coração tem que trabalhar mais rápido e com mais força para poder continuar a distribuir o mesmo volume de sangue que distribuía antes de ter doado. O coração vai ter que se adaptar às novas circunstâncias e por isso a tensão tem que estar boa. Qualquer história de doença cardíaca que o dador tenha pode condicionar esta resposta do coração à dádiva. 

A diminuição das reservas de sangue dos grupos Zero negativo, Zero positivo e A negativo levou o Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST) a lançar um apelo "urgente" aos cidadãos para que se tornem dadores. De acordo com este instituto, registou-se, no primeiro mês do ano, uma quebra homóloga de 13% no número de unidades de sangue colhidas. 

O dador deve formalizar o seu consentimento para a dádiva por escrito (preenchimento do consentimento informado) e deve responder com verdade, consciência e responsabilidade às questões que lhe são colocadas. Desta forma, pretende-se garantir a sua saúde e do recetor/doente, preservando também a qualidade e segurança do componente doado. 

Não dê sangue se: 

  • Alguma vez utilizou drogas por via endovenosa;

  • Teve contactos sexuais a troco de dinheiro ou drogas;

  • Sendo homem, teve contactos sexuais com homens;

  • Teve contactos sexuais com múltiplos (as) parceiros (as);

Se foi parceiro sexual de: 

  • Qualquer dos grupos anteriores;

  • Seropositivo para o Vírus de Imunodeficiência Humana – VIH;

  • Portador crónico do Vírus da Hepatite B e Hepatite C – VHB, VHC; 

E, ainda, se:

  • Tem história familiar de Doença de Creutzfeldt-Jacob e variante – DCJ, vDCJ;

  • Fez tratamento com hormona de crescimento, pituitária ou gonadotrofina de origem humana;

  • Fez transplante de córnea ou dura-máter;

  • Tem Epilepsia, Diabetes insulino-dependente ou Hipertensão grave;

  • Teve Paludismo/Malária nos últimos 3 anos;

  • Teve parto nos últimos 12 meses;

  • Fez transfusão nos últimos 12 meses;

  • Foi operado nos últimos 6 meses;

  • Fez Endoscopia nos últimos 12 meses;

  • Fez tatuagem ou piercing nos últimos 12 meses;

  • Teve um novo(a) parceiro(a) sexual nos últimos 6 meses. 

Direitos do Dador de Sangue:

  • Respeito e salvaguarda da sua integridade física e mental;

  • Acesso a informação sobre todos os aspetos relevantes relacionados com a dádiva de sangue;

  • Confidencialidade e proteção dos dados pessoais;

  • Reconhecimento público;

  • Isenção das taxas moderadoras, exclusivamente nos cuidados de saúde primários do Serviço Nacional de Saúde (SNS);

  • Ausência das suas atividades profissionais, a fim de dar sangue, pelo tempo considerado necessário para o efeito, sem quaisquer perdas de direitos ou regalias do trabalhador dador. A ausência será justificada pelo organismo público responsável pela recolha;

  • Benefício do seguro do dador;

  • Aceder gratuitamente ao estacionamento dos estabelecimentos do SNS, quando pretende dar sangue. 

Deveres do Dador de Sangue:

  • Observar as normas técnicas e científicas previamente estabelecidas, tendo em vista a defesa da sua saúde e a do doente recetor. 

  • Colaborar com os serviços de sangue, em particular através do cumprimento dos seguintes pressupostos: 

  • O consentimento para a dádiva de sangue deve ser formalizado por escrito, através do preenchimento de modelo aprovado; 

  • O dador de sangue deve prestar aos serviços de sangue as informações solicitadas pelo organismo público responsável, respondendo com verdade, consciência e responsabilidade; 

  • O dador de sangue encontra-se subordinado a rigorosos critérios de elegibilidade, tendo em vista a preservação da sua saúde e a proteção do recetor de quaisquer riscos de infeção ou contágio.

Perde os direitos se não efetuar um mínimo de 10 dádivas nos últimos cinco anos ou se interromper, sem motivo justificado e por mais de 24 meses, a dádiva de sangue.